Trânsito Intestinal

 

ESTUDO CONVENCIONAL COM BÁRIO

O método convencional de se estudar o intestino delgado com sulfato de bário é um prolongamento do exame do estômago e do duodeno (EED). Comumente, o paciente ingere um total de 480 a 600 ml de bário de densidade média ( 50 a 60 W/V ). Faz-se flagrantes fluoroscópicos e radiográficos do intestino delgado a intervalos de 20 a 30 minutos até que o cólon se encha. Na fluoroscopia, observa-se a motilidade das alças do delgado e se detecta qualquer processo focal anormal, tal como aderência, tumor ou hérnia. Este ciclo é respeitado até o bário chegar ao cólon, em cujo momento obtém-se flagrantes fluoroscópicos e radiográficos do íleo terminal.

Observam-se espessamento, retificação, dilatação, nodularidade ou uma combinação desses padrões de pregueamento em várias doenças focais e difusas do intestino delgado. Em geral, o diagnóstico correto depende da correlação com achados clínicos e laboratoriais. Pode ser necessária biópsia para confirmação final. Por vezes, entretanto, a correlação dos achados clínicos com os estudos do delgado resulta em um diagnóstico confiável.

ESTUDO POR ENTEROCLISE. A infusão de bário a 100 ml/minuto por um tubo naso-intestinal cuja ponta fica de preferência um pouco além da junção duodeno-jejunal excede em muito a velocidade de esvaziamento gástrico. Neste método, o estômago não fica superposto ao intestino delgado e há controle completo do fluxo de bário durante o exame. A infusão de bário no intestino delgado pode vencer rapidamente quaisquer obstáculos, como massas ou aderências, que a peristalse normal só supera lentamente. Além disso, pode-se infundir metilcelulose depois de bário para se obter o efeito de "transparência” ou duplo contraste e conseguir melhor visibilização das pregas mucosas. A fluroscopia feita durante o enchimento do intestino permite a observação de segmento por segmento. O grande desconforto para o paciente causado pela entubação nasal e a maior exposição à radiação são desvantagens deste clister de delgado (enteróclise). Há divergências com relação à eficácia do exame peroral convencional do delgado versus a enteróclise. O exame detalhado do delgado e a enteróclise têm sensibilidades semelhantes nas doenças comuns. A enteróclise permite melhor observação das lesões focais e dos processos parcialmente obstrutivos do intestino, tais como aderências.

 

ESTUDO PERORAL DO DELGADO COM PNEUMOCÓLON. O exame do segmento ileo-cólico pode ser realçado pela introdução de ar no reto quando o bário chega à região ileocecal.

 

ESTUDO DO REFLUXO PARA O INTESTINO DELGADO. O refluxo de bário por uma válvula ileocecal incompetente pode opacificar o intestino delgado durante o clister opaco. Todo o delgado pode encher-se desta maneira, geralmente com algum desconforto para o paciente.

 

ESTUDOS COM CONTRASTES HIDROSSOLÚVEIS. Está indicado o uso de contrastes hidrossolúveis para examinar o delgado quando há suspeita de perfuração. Nos demais casos, o contraste hidrossolúvel compromete o exame. A diluição do contraste na alça cheia de líquido e o efeito osmótico da solução hipertônica interferem na identificação da anatomia patológica. O contraste hidrossolúvel é adequado como marcador radiopaco para se acompanhar a passagem do conteúdo intestinal para o cólon. Também é usado eficazmente na opacificação do intestino para a tomografia computadorizada ( TC ).

 

A ultra-sonografia e a TC geralmente são mais informativas na avaliação de uma massa abdominal palpável, sendo feitos sem um estudo baritado prévio.

Os exames com radionuclídeos são úteis para localizar divertículos de Meckel com células secretoras de ácido. Outra contribuição dos estudos nucleares é a localização da hemorragia no intestino delgado.

O objetivo do trânsito intestinal é estudar a forma e a função dos seus três componentes, bem quaisquer condições anormais.

Como este estudo também examina a função do intestino delgado, o procedimento deve ter o tempo controlado. O tempo deve começar a ser contado quando o paciente termina de beber o meio de contraste.

 

Indicações Clínicas:
Algumas indicações clínicas para uma rotina do intestino delgado incluem:

- Enterite ou gastroenterite

- Neoplasias

- Síndrome de mal-absorção

-Patologias do íleo terminal

 

Preparo do paciente:

- Jejum absoluto de 8 a 10 h antes do exame

- O paciente é instruído a não fumar cigarros ou mascar chicletes durante o jejum.

 

Metodologia:

Paciente em decúbito dorsal, PMS sobre LCM , realiza-se uma radiografia simples de abdome, para verificação de condições técnicas e anatomo-fisiológicas.

Após a realização da radiografia simples, o paciente deverá ingerir aproximadamente 200 ml de sulfato de bário.

- Realiza-se uma radiografia após 15 minutos em decúbito dorsal e deve-se pedir para o paciente ingerir mais 200 ml de contraste.

- Realiza-se uma radiografia com 30 minutos em decúbito ventral

- Realiza-se uma radiografia com decúbito minutos em dec.ventral

- Realiza-se uma radiografia com 120 minutos em decúbito ventral

- Realiza-se uma radiografia com 180 minutos em decúbito ventral

 

 

 

 

O exame só termina quando o contraste opacifica a válvula ileo-cecal e o cólon ascendente (porção proximal).

 

 

 

 

 

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