Será
que um dia as imagens de ressonância magnética se tornarão imagens de
leitura mental? A tecnologia de imagens por ressonância magnética
funcional pode dizer o que as pessoas estão pensando com precisão
surpreendente, segundo um novo estudo.
Os pesquisadores mostraram a voluntários dois padrões visuais diferentes
e depois pediram a eles que pensassem em um deles. Usando exames
cerebrais de ressonância magnética funcional, os pesquisadores previram
- com precisão superior a 80% - quais dos dois padrões cada pessoa
mantinha ativamente na memória 11 segundos depois.
Medindo o fluxo sangüíneo, as imagens de ressonância funcional revelam
quais grupos de neurônios estão ativos. Alguns neurônios do córtex
visual estão mais associados a padrões visuais verticais, e outros a
padrões horizontais ou inclinados, explicou o neurocientista Frank Tong
da Universidade Vanderbilt, que liderou o estudo. Essa distinção
permitiu à equipe prever quais padrões os voluntários tinham em mente,
mesmo muito tempo depois das imagens terem sido removidas da tela.
"Descobrimos aqui que as partes visuais do cérebro, as envolvidas na
visão, também estão envolvidas no ato de se lembrar ativamente de alguma
coisa", disse Tong. "Isso nunca foi demonstrado antes. O que pode estar
acontecendo é a manutenção de uma representação do que acabamos de ver
através de leves níveis de atividade no córtex visual."
Stephenie Harrison, estudante de pós-graduação e primeira autora do
estudo, explicou, "usando uma técnica de decodificação neural, fomos
capazes de ler o que as pessoas mantinham em sua memória visual.
Acreditamos que essa informação visual prolongada pode ser útil quando
as pessoas precisam desempenhar atividades visuais complexas na vida
cotidiana."
A pesquisa de Harrison e Tong foi publicada online na Nature.
Evidência muito convincente
Uma pesquisa de uma área do córtex visual primário chamada V1 sugere que
a região desempenha funções complexas, como concentração de atenção,
independentemente de outras regiões cerebrais, de acordo com Henry
Rusinek, radiologista da Escola de Medicina da Universidade de Nova
York.
O córtex visual primário recebe o sinal visual dos olhos e então o envia
a uma central de áreas visuais superiores.
Rusinek disse que o estudo era uma "evidência muito convincente de que a
rede V1 - a poucos neurônios de distância dos olhos - possui uma memória
de curto prazo".
Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/
Março/2009
Amy Traduções
National Geographic
