O Brasil 20 anos da inauguração do primeiro reator nuclear genuinamente nacional, o IPEN/MB-01, que entrou em operação em novembro de 1988. Desenvolvido por pesquisadores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), em parceria com a Marinha, é uma ferramenta básica para testar o funcionamento de outros reatores e confirmar na prática as projeções realizadas pelos cientistas. O país havia inaugurado 30 anos antes o seu primeiro reator nuclear --e também da América Latina, o IEA-R1. Entretanto, o complexo foi projetado e construído pela empresa norte-americana Babcock & Wilcox. Localizado no campus da USP (Universidade de São Paulo), o IPEN/MB-01 ao contrário, foi desenvolvido por um instituto brasileiro.
Os reatores funcionam como "uma bomba controlada", de forma a gerar, sobre certos materiais, os efeitos radioativos ou produzir energia. O dispositivo permite controlar o processo de fissão nuclear ("quebra" de átomos de urânio). O IPEN/MB-01 tem uma potência pequena, de 100 Watts, porque seu objetivo não é produzir energia para consumo, como as usinas de energia nuclear de Angra --Angra 1 tem capacidade de geração de 657 Megawatts elétricos, e Angra 2, de 1.350 Megawatts elétricos. O complexo do Ipen é aplicado no estudo da física dos reatores, que estudam o comportamento desse tipo de dispositivo. A idéia é permitir a simulação das características nucleares de um reator de grande porte em escala reduzida, antes da instalação efetiva. O reator pode ser configurado de acordo com o teste. "Você pode ver o comportamento do nêutron [partícula integrante do átomo] para qualquer reator, inclusive de propulsão. É possível configurá-lo para que ele dê noções do comportamento do reator", afirma o pesquisador Antonio Teixeira, gerente do Centro de Engenharia Nuclear do Ipen. Atualmente, o reator é utilizado em pesquisas dos Estados Unidos e da Europa, por meio de acordos de cooperação. "Poucos países têm esse tipo de instalação, então eles mandam os projetos para fazer testes aqui", diz Teixeira.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u473100.shtml
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