Médico brasileiro cria kit para diagnóstico de câncer de mama

 


6/12/2008 - FERNANDA BASSETTE da Folha de S.Paulo

 

Pesquisadores do Núcleo de Investigação e Qualificação Analítica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, desenvolveram um kit descartável para a realização do diagnóstico do câncer de mama.

Trata-se de um marcador tecidual sintético e não alergênico que substitui o uso do contraste de iodo na marcação das lesões suspeitas da mama antes de elas serem removidas em procedimentos cirúrgicos.

Segundo o mastologista Geraldo Sérgio Farinazzo Vitral, responsável pelo desenvolvimento do kit, estudos feitos pela Faculdade de Economia da UFJF apontam que o novo marcador tecidual poderá reduzir em até 50% os custos para a realização do exame, já que ele poderá ser produzido no Brasil e o atual produto (contraste de iodo) é importado.

Atualmente, o processo de marcação da lesão suspeita é chamado de Roll (localização radioguiadas de lesões ocultas). Ele localiza a lesão corretamente em cerca de 90% dos casos, com o contraste iodado.

"O médico injeta uma pequena quantidade do contraste iodado para se certificar de que posicionou o aparelho que vai fazer a biópsia no local certo. O problema é que a imagem é muito dispersa e o contraste é rapidamente absorvido pelo organismo, por isso sobra essa margem de 10% de falhas. O que nós fizemos foi desenvolver um produto descartável que proporcionasse uma imagem mais precisa para provocar menos falhas na hora de retirar a lesão", explicou Vitral.

O pesquisador reforçou que o marcador não substitui a técnica Roll, apenas altera uma etapa do exame. De acordo com ele, o kit que demorou quatro anos para ser desenvolvido é descartável porque é oferecido de forma conjunta para os profissionais (agulha, seringa e volume adequados).

"A pesquisa criou um marcador tecidual que não é absorvido pelo organismo e que permite uma eficácia de cerca de 99% com um nível de segurança alto, pois ele é extraído do organismo algumas horas após a injeção. Também permite mudar o local da lesão, pois o marcador pode ser visto a olho nu."

De acordo com Vitral, o produto ainda não está disponível no mercado, pois está na fase três do estudo clínico. As fases de toxidade, segurança, eficácia e viabilidade técnica já foram cumpridas pelos pesquisadores. Os resultados definitivos devem demorar até um ano.

A expectativa é que o produto esteja no mercado em 2009.


 

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u483426.shtml

 

 

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