Cursos em tecnologia são práticos

Fonte: Jornal O Estado do Maranhão

Com as crescentes modificações no mercado de trabalho, os Cursos Superiores de Tecnologia vêm tomando uma nova dimensão, apesar de já existirem há mais de 30 anos no Brasil. Segundo dados do MEC, em 2000, havia mais de 1 milhão de pessoas matriculadas em cursos tecnológicos no Brasil. O ex-secretário geral do Conselho Federal de Educação e, atualmente, consultor do Instituto Latino-Americano de Planejamento Educacional, Celso da Costa Frauches, em visita a São Luís, falou sobre esses cursos.

 O ESTADO - Por que hoje há tanta procura pelos Cursos Superiores de Tecnologia?

CELSO FRAUCHES - Porque são cursos eminentemente práticos, com alto grau de empregabilidade e duração de dois a três anos, no máximo. Os cursos de graduação em tecnologia não pretendem formar pesquisadores ou pensadores, mas, sim, pessoas qualificadas para o exercício de profissões. 

O ESTADO - O senhor acredita que esses cursos surgiram para atender uma demanda de mercado?

FRAUCHES - Os cursos de graduação em tecnologia estão inseridos na Educação Profissional, uma das inovações da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - 9.394, de 1996). Pretendem, exatamente, atender, de forma rápida e competente, às demandas do mercado de trabalho, regional ou nacional. 

O ESTADO - Muitas pessoas, e até mesmo empresas, fazem restrições aos cursos de tecnologia devido à duração dos mesmos, ou seja, acreditam que por serem cursos de curta duração eles não têm o mesmo valor dos demais cursos superiores. Isso tem sentido?

FRAUCHES - Absolutamente. Isto é produto da desinformação. Os cursos de graduação em tecnologia têm duração mais curta do que os bacharelados tradicionais porque os seus currículos não têm que atender a conteúdos fixados pelo MEC, mas, sim, às necessidades do mercado de trabalho, aos perfis profissionais delineados pelas empresas industriais, comerciais ou de serviços.

O ESTADO - Por que esses cursos são eminentemente práticos?

FRAUCHES - Porque os seus currículos não são inflacionados com disciplinas de formação geral ou cultural, que não têm aplicação prática na atividade profissional específica. Os currículos dos cursos superiores de tecnologia são integrados por disciplinas ou atividades voltadas para aprendizagem profissional, em nível superior, com maior profundidade nos enfoques teóricos e maior densidade nas práticas, estas, sob a forma de estágios supervisionados, práticas simuladas ou na produção de projetos experimentais. 

O ESTADO - Os Cursos Superiores de Tecnologia têm aprovação do MEC?

FRAUCHES - Mas é claro! Trata-se de cursos de educação profissional, em nível superior, preconizados na Lei nº 9.394, de 1996 (LDB), caracterizados no Capítulo III, artigos 39 a 42. Ao Ministério da Educação coube, apenas, regulamentar a determinação da Lei. Essa regulamentação, que dá amparo operacional para as universidades, centros universitários e faculdades ministrarem esse tipo de curso de graduação, está contida no Decreto nº 2.208, de 17/4/97, e no Parecer nº 436, de 2/4/2001, da Câmara de Educação Superior, do Conselho Nacional de Educação. As universidades e os centros universitários têm autonomia para criar esses cursos, sem autorização prévia do MEC. As instituições não-universitárias (faculdades integradas, faculdades, institutos ou escolas superiores) têm que solicitar autorização ao MEC. O reconhecimento dos cursos de graduação em tecnologia está disciplinado na Portaria MEC nº 64, de 12/1/2001. 

O ESTADO - Os profissionais graduados em cursos de tecnologia podem complementar a formação em cursos de pós-graduação, mestrados ou doutorados?

FRAUCHES - Com certeza, pois são cursos de graduação. Isto você pode confirmar, acessando o site do MEC (www.mec.gov.br/sesu/ pergress.shtm#6). Lá está a seguinte informação, a respeito da sua pergunta: "A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o Parecer/CES n° 436/01 estabelecem que os Cursos Superiores de Tecnologia (CSTs), sendo cursos de graduação, dão seqüência ao Ensino Médio, podendo o egresso dos cursos tecnológicos dar prosseguimento a seus estudos em outros cursos e programas da educação superior, tais como cursos de Graduação, de Especialização e Programas de Mestrado e Doutorado."

 

Publicado em: http://www.universia.com.br/html/noticia/noticia_clipping_hge.html

 

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