Estudo da glândula tireóide através da cintilografia.
A Tireóide é uma glândula , com 15-30 gramas, localizada no pescoço anterior ao nível das vértebras C5 até T1, em frente à traquéia, e é imediatamente inferior à laringe . Ela está recoberta por músculos do pescoço. Tem forma de H e é constituída por dois lobos unidos por um istmo. Tem cor escura vermelha. Está envolvida por uma cápsula de tecido conjuntivo. A Tireóide é um órgão muito vascularizado, rica em capilares sanguíneos e linfáticos. O seu suprimento sanguíneo é das artérias tireóideas superiores (ramos das artérias carótidas externas) e artérias tireóideas inferiores (das artérias subclávias).
Fisiologia A principal função da glândula tireóide é a produção e armazenamento de hormônios tireoidianos, T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). A produção destes hormônios é feita após estimulação das células pelo hormônio da hipófise TSH no receptor membranar do TSH, existente em cada célula folicular. As células intersticiais, células c, produzem calcitonina, um hormônio que leva à diminuição da concentração de cálcio no sangue (estimulando a formação óssea). A tireóide é a única glândula endócrina que armazena o seu produto de excreção. As células foliculares sintetizam a partir de aminoácidos e iodo (este é convertido a partir do íon iodeto presente no sangue) a proteína de alto peso molecular tireoglobulina que secretam dentro dos folículos numa solução aquosa viscosa, o colóide. De acordo com as necessidades (e níveis de TSH), as células foliculares captam por pinocitose líquido colóide. A tireoglobulina aí presente é digerida nos lisossomos, e transformada em T3 e T4 que são libertadas no exterior do folículo para a corrente sanguínea. A atividade das células foliculares é dependente dos níveis sanguíneos de TSH (hormona hipofisária tirotrófica). A TSH determina a taxa de secreção de t3 e t4 e estimula o crescimento e divisão das células foliculares. Esta é secretada na glândula pituitária ou hipófise. A secreção de TSH depende de muitos factores, um dos quais é o feedback negativo pelos hormônios tireoidianos (grandes quantidades de T3 ou T4 são sentidas pela hipófise e a secreção de TSH é diminuída, e vice-versa). Os hormônios tireoidianos T3 e T4 (a T3 é mais potente e grande parte da T4 é convertida em T3 nos tecidos periféricos) estimulam o metabolismo celular (são hormônios anabólicos) através de estimulação das mitocôndrias. Efeitos sistêmicos importantes são maior força de contração cardíaca, maior atenção e ansiedade e outros devido maior velocidade do metabolismo dos tecidos. A sua carência traduz-se em déficit mental e outros distúrbios.
Doenças
A tireóide pode ser acometida de enfermidades correlacionadas com o meio ambiente. O consumo excessivo de fluoretos, a deficiência de Iodo, vitaminas e desnutrição, contribuem para o aparecimento do Hipotireoidismo. Se você tem, ou suspeita ter, essa enfermidade comum, evite os fatores de risco e converse com seu médico sobre o tratamento.
Cintilografia de tireóide A cintilografia permite o estudo da fisiologia da tireóide e constitui método não invasivo de diagnóstico. A Medicina Nuclear não utiliza contrastes para a obtenção de imagens e sim de substâncias radioativas (131I 123I ou 99mtc).Estes traçadores podem ser injetados ou ingeridos, dependendo do tipo do radioisótopo utilizado.
O que se sente? O exame não provoca qualquer sintoma local, como dor ou desconforto. Na situação em que se utiliza iodo 131, o paciente deve comparecer ao serviço que irá realizar o exame, no qual fará uma leitura preliminar de radioatividade, sendo que a seguir receberá uma pequena dose do iodo radioativo, devendo retornar 24 horas após para nova leitura de radioatividade. Nos casos em que se utiliza o tecnécio, a substância radioativa é injetada por via endovenosa (pela veia) e a leitura feita algumas horas após. Recentemente, um isótopo do iodo radioativo (Iodo 123) com uma vida mais curta vem sendo empregado, permitindo que o exame seja feito em algumas horas.
Anderson Fernandes Moraes
Anderson Fernandes Moraes é Técnico em Radiologia, discente do curso de Tecnologia em Radiologia Médica do Centro Universitário São Camilo. Supervisor de Aplicações Técnicas Radiológicas na Cedimen-Centro de Diagnóstico em Medicina Nuclear e Hospital Sorocabana. Autor do capitulo Densitometria óssea na obra “Tecnologia Radiológica e Diagnóstico por Imagem", organizado por Almir Inácio da Nóbrega, Outubro 2006, Editora Difusão-SP.
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