A Justiça Estadual condenou o diretor-presidente do laboratório Enila,
Márcio D'Icarahy Câmara Lima, e o químico Antonio Carlos da Fonseca
Silva, a 20 e 22 anos de prisão, respectivamente. Os dois foram
condenados, em primeira instância, por ter alterado a fórmula do
contraste Celobar, usado em exames radiológicos, o que provocou a morte
de nove pessoas no Rio, Minas Gerais e Goiás em 2003.
Segundo a sentença do juiz Jorge Luiz Le Cocq D'Oliveira, da 38ª Vara
Criminal, o proprietário do Enila comprou 600 kg de carbonato de bário
(produto químico impróprio para o consumo humano) para que Antonio
Carlos, que era chefe das divisões Química, de Farmácia e de Controle de
Qualidade, transformasse a substância em sulfato de bário, produto mais
caro usado na formulação do constraste.
De acordo com o juiz, o experimento tinha como objetivo "baratear e
reduzir despesas", porque o sulfato de bário era importado de uma
empresa alemã. Investigações mostraram que a substância tóxica foi usada
no lote 3040068 do Celobar.
O produto foi reprovado na análise bacteriana e deveria ficar em
quarentena, segundo recomendação da farmacêutica do Enila. Mas o químico
Antonio Carlos autorizou a distribuição no comércio, em abril de 2003.
O corpo de Ricardo Diomedes, 57 anos, que morreu dia 22 de maio de 2003,
um dia após usar o Celobar para fazer exame na Clínica São Thiago, em
Nova Iguaçu (RJ), foi exumado e submetido a necropsia no mês seguinte.
O resultado apontou que "a morte ocorreu por intoxicação exógena por
bário". Na época, o então diretor do Instituto Médico Legal, Roger
Ancillotti, disse que "só a quantidade de bário que foi encontrada no
rim poderia ter matado três pessoas".
Janeiro/2009
Fonte: http://noticias.terra.com.br/